Verba volant, scripta manent

Crônica antiga republicada agora. 
Verba volant, scripta manent
Navegantes, sexta-feira, 29 de novembro de 2024.

Ao acordar de um sono profundo, eu sonhei que havia embarcado de madrugada segunda-feira (25) no Expresso Reunidas em Itajaí para Florianópolis. De uma Rodoviária à um Terminal de Integração e outro desembarquei na Oxford Catarinense e lá apresentei trabalhos com os colegas do curso de Biblioteconomia.

Após as aulas, a única coisa que eu queria era tirar um soninho. E da UDSESC me encaminhei ao meu quarto de pensão. O que era um soninho se tornou uma hibernação. Ao acordar na terça-feira (26), aprontei-me para voltar para casa.

De ônibus em ônibus eu cheguei novamente ao Terminal de Integração Central e dali segui para embarcar no Expresso Catarinense.
Após cruzar o Oceano Atlântico e percorrer aproximadamente 95km, eis que desembarco em Itajaí.

E do Terminal Rodoviário eu decido vir caminhando até em casa. Passo pelo Estádio Almirante Barroso, pelo Camelódromo, pela Igreja Matriz, pelo Palácio Marcos Konder, ando pelo “calçadão da Hercílio” (que de calçadão se tornou um “plainão”). Keeping walking passo em frente a Sede Histórica da Sociedade Guarani e mais a frente, ao lado da Igrejinha Velha. Da Rua Dr. Pedro Ferreira à Avenida Prefeito Paulo Bauer “são dois toques”.

Depois de toda essa aventura, ainda há espaço para embarcar no ferry-boat e atravessar o Rio Itajaí-Açu contemplando o Terminal Portuário de Navegantes, o Porto de Itajaí, a draga em operação, e o barco de pesca saindo para alto-mar.

Após o ferry-boat atracar em Navegantes, venho caminhando até em casa e no caminho o novo contrasta com o velho. A velha Igreja Matriz e a nova praça central, a velha Avenida Sacavém e novos estabelecimentos comerciais; entrando em uma antiga viela me deparo com o velho “campo do estiva” e mais a frente com a nova Avenida Conselheiro João Gaya. Seguindo toda vida reto e no final virando a direita até chegar em casa, a velha rua da minha infância com um novo Reiller.

E como conservar todas essas memórias, vivências, o velho contrastando com o novo?

Pois bem, durante a leitura da obra “A Literatura Catarinense” do autor Celestino Sachet eu acabei me encontrando nas linhas. “Assim como a literatura brasileira do século XVI está contida nas páginas de navegadores europeus que por aqui andaram, assim, as primeiras manifestações literárias de Santa Catarina mal passam de relatórios ou de escritos [...] (Sachet, 1985, p. 14)”.

A expressão em palavras ou “[...] pode ser reunida em duas grandes linhas: o relatório oficial de um lado, e a narrativa, com alguma preocupação literária para atrair atenção e curiosidade do grande público, do outro (Sachet, 1985, p. 14).

Verba volant, scripta manent.

Postagens mais visitadas deste blog

Chimarrão, Ouro Verde Catarinense

Catharinensis semper

Mais louco que o padre do balão