De “tiozão de WhatsApp” à “tiozão saudosista”
E eu aqui em casa, em Navegantes, escrevendo em meu diário, não é que me bateu a recordação de ontem ao vir caminhando da Rodoviária de Itajaí até em casa?
Desembarquei em Itajaí a tarde, “[...]
a terra feliz, dos sonhos e belas canções, dos rios e das ruas floridas, que
encantam os seus corações.¹” E caminhando pela Avenida Governador Adolfo
Konder, com os canteiros floridos, o encantamento se faz presente. Apesar de
estarmos no outono, o calor era de verão, é... “Bem-vindo à terra do sol e mar,
das praias e belas sereias, da brisa suave e fagueira¹” ... Sobre as praias, a
costa da cidade oferece visuais deslumbrantes, e a Praia Brava, então? Lembranças
memoráveis... E na vertente da sereia, tem cada sereia brava por ali que vou te
contar!
Voltando à caminhada, “Keep
walking, Reiller Walker”, passeando pelo bairro Cidade Nova, Vila Operária, e
chegando ao Centro, encontro-me no “entrelaçar das avenidas²”. Ah, a Avenida
Marcos Konder... O que falar dela? Veio-me a lembrança de quando era arborizada
e agora sendo revitalizada... O que esperar dela? Será que as árvores ficarão
apenas no passado e em nossas lembranças?
Assim como ficou a lembrança do
belíssimo chafariz em frente à suntuosa Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento.
E, seguindo a toada saudosista, o que dizer do “calçadão da Hercílio”? Ou “calçadão
Hercílio Luz”? Lembro-me de quando era de lajotinhas e trazia um ar clássico...
Hoje, é o “plainão Hercílio Luz”. Acho que de clássico, belo e harmonioso só
nos restauram as edificações tombadas. E que os modernistas não ousem mudarem a
arquitetura do Palácio Marcos Konder, Casa da Cultura Dide Brandão, e a
edificação da Sociedade Guarani. Todas no Centro (Histórico?) no município
itajaiense.
Seguindo em frente e sempre avante,
encontro um novo chafariz, este em frente ao colégio Salesiano. Muitos não vão
lembrar, mas acredito que cheguei na idade do “eu era do tempo...” que o
Correios era ali. E, sinceramente, a praça dos Correios era mais bonita. O
chafariz, hoje, parece que só serve para molecagem da gurizada, ou, num
linguajar “pexerês”, da “rapazi”.
Caminhando um pouco mais e chego
ao Mercado Público de Itajaí, até achei estranho não estar movimentado para uma
sexta-feira a tarde. Antigamente parece que havia mais vida no lugar. Com gente
bonita reunida, boa gastronomia e música ao vivo. É, parece que de um “tiozão
de WhatsApp” eu passei a um “tiozão saudosista”. Só falta dizerem que sou do "tempo do epa!” ou, no meu caso, “eita!”.
Logo mais, chego na Capitania dos
Portos de Itajaí. Caminho mais um pouco pela beira-rio e, enfim, eis-me no
Ferry-boat! Ou “ferrolho”, para a “rapazi”. Entro, pago em dinheiro a travessia,
sim, ainda uso dinheiro... Não o cruzeiro, e nem o cruzado, veja bem! Sou
adepto do real. E a travessia foi tranquila, ferry lotado, as pessoas voltando
aos seus lares, e parece que Navegantes ainda continua dormitório de Itajaí
para muitos.
Ao desembarcar em Navegantes, há
uma nova praça... Moderninha... Bonitinha... Aposto que foi o mesmo arquiteto
que planejou a revitalização do calçadão de Itajaí! Apesar de a praça ser nova,
há um problema que não o é: o “vuco-vuco” de pedestres, ciclistas,
motociclistas, carros, jet-skis, não pera... Enfim, aquele furdunço que só
faltou o Quint pedindo 1 Real pra galera e o show do trio parada dura: Melai,
Zinho e Bochecha.
Vim caminhando pela Avenida João
Sacavém até chegar no Terminal Rodoviário de Navegantes junto ao edifício da
Colônia de Pescadores, um patrimônio navegantino! Vale a pena conhecê-lo. Dali,
sigo “reto toda vida” até em casa.